30.6.05
A nossa floresta
Quem gosta das coisas da alimentação preocupa-se com os destinos da nossa agricultura e da nossa floresta. Por isso não pode perder a entrevista de António Campos, ex-eurodeputado socialista, ao Jornal de Notícias. Deixo alguns excertos:
"A madeira do pinheiro não tem valor. Custa cerca de 35 euros a tonelada, é vendida quando as árvores têm uma média de idade de 12 anos e não dão trabalho nenhum. No entanto, o Estado continua a financiar e os serviços a aconselhar a plantação de pinheiros. É bom não esquecer que a nossa floresta era de carvalhos, cuja madeira custa 600 euros a tonelada, e de castanheiros, que vale 750 euros."
"No Instituto Nacional de Investigação Agrária estão 600 cidadãos, pagos como professores universitários, a estudar o nascer e o pôr do sol, quando deviam estar a fazer o melhoramento das espécies. Por exemplo, o castanheiro tem a doença da tinta, a França já conseguiu resolver o problema, se não somos capazes vamos aprender. Os nossos carvalhos da Serra de Monchique são únicos e não são tratados."
"A madeira do pinheiro não tem valor. Custa cerca de 35 euros a tonelada, é vendida quando as árvores têm uma média de idade de 12 anos e não dão trabalho nenhum. No entanto, o Estado continua a financiar e os serviços a aconselhar a plantação de pinheiros. É bom não esquecer que a nossa floresta era de carvalhos, cuja madeira custa 600 euros a tonelada, e de castanheiros, que vale 750 euros."
"No Instituto Nacional de Investigação Agrária estão 600 cidadãos, pagos como professores universitários, a estudar o nascer e o pôr do sol, quando deviam estar a fazer o melhoramento das espécies. Por exemplo, o castanheiro tem a doença da tinta, a França já conseguiu resolver o problema, se não somos capazes vamos aprender. Os nossos carvalhos da Serra de Monchique são únicos e não são tratados."
29.6.05
Dietas milagosas para o Verão
Arne Astrup é um excelente cientista que investiga na Royal Veterinary and Agricultural University em Frederiksberg na Dinamarca. Publicou recentemente na revista Lancet um trabalho sobre os potenciais riscos da Dieta de Atkins chamado "Atkins and other low-carbohydrate diets: hoax or an effective tool for weight loss?". Como ele bem documenta cuidado com as dietas ricas em proteínas. A sua saúde pode estar em perigo.
Queijo em imagens
Os Franceses têm algumas das embalagens de queijo mais bonitas do mundo. Para quem gosta de queijo não deixe de visitar este fantástico mundo e como se comunica através da imagem.
27.6.05
Creutzfeldt-Jakob
A propósito do jovem português com apenas 13 anos a quem foi diagnosticado a variante da doença de Creutzfeldt-Jakob leio no Público de hoje:
"Portugal foi o segundo país, a seguir ao Reino Unido, com mais casos da doença das vacas loucas, cujo controlo no gado pelas autoridades portuguesas apenas começou a ser feito em 1998, muito depois dos sucessivos alertas para este problema. A situação complica-se porque se calcula que um número significativo de animais portugueses seja abatido fora dos matadouros, em explorações familiares. A DGS afasta, contudo, indícios de outros casos suspeitos da variante da doença de Creutzfeldt-Jakob."
Eu diria que o caso não se complicou pelo facto de existir abate fora dos matadouros. Complicou-se pela negação sistemática das autoridades portuguesas em reconhecer o problema e actuar. Pela incapacidade de vigiar os nossos matadouros e os animais abatidos. Pelo incumprimento das regras comunitárias. Pelo desleixo, pela incapacidade dos diversos Ministérios envolvidos desde que o primeiro animal foi diagnosticado com a doença em Portugal.
"Portugal foi o segundo país, a seguir ao Reino Unido, com mais casos da doença das vacas loucas, cujo controlo no gado pelas autoridades portuguesas apenas começou a ser feito em 1998, muito depois dos sucessivos alertas para este problema. A situação complica-se porque se calcula que um número significativo de animais portugueses seja abatido fora dos matadouros, em explorações familiares. A DGS afasta, contudo, indícios de outros casos suspeitos da variante da doença de Creutzfeldt-Jakob."
Eu diria que o caso não se complicou pelo facto de existir abate fora dos matadouros. Complicou-se pela negação sistemática das autoridades portuguesas em reconhecer o problema e actuar. Pela incapacidade de vigiar os nossos matadouros e os animais abatidos. Pelo incumprimento das regras comunitárias. Pelo desleixo, pela incapacidade dos diversos Ministérios envolvidos desde que o primeiro animal foi diagnosticado com a doença em Portugal.
26.6.05
Da minha varanda vejo como o Porto arde de calor, de falta de água e incêndios nestes dias. O clima está a mudar e nós continuamos a poluir alegremente.Em 20 anos, a distância que um alimento percorre até chegar a nossa casa aumentou 60%.Antes de comprar uma maça do Chile ou da China seria bom pensar no assunto.
21.6.05
Contra factos não há défice
% de escolas com boas condições de segurança e higiene dos edifícios e recintos - 18
% de intervenções de promoção da saúde em saúde escolar com orientações técnicas definidas - 20
% de crianças com 6 anos livres de cáries - 33
Fonte DGE, DGE - Ano lectivo 2002/2003
% de intervenções de promoção da saúde em saúde escolar com orientações técnicas definidas - 20
% de crianças com 6 anos livres de cáries - 33
Fonte DGE, DGE - Ano lectivo 2002/2003
20.6.05
Nós os Media
Agradeço ao Fernando Zamith a chamada de atenção para o resumo de "Nós, os Media", de Dan Gillmor, feito por Daniela Bertocchi no seu observatório. Os nossos bloguinhos não são o início desta nova forma de pensar ?
"O jornalismo do futuro começa no passado 11 de Setembro. Em Nós, os Media (Editorial Presença , Lisboa, 2005; 15 euros), o jornalista norte-americano Dan Gillmor afirma que essa ruptura temporal entre passado e futuro jornalístico deflagrou-se precisamente no momento em que pessoas comuns apropriaram-se de diversas ferramentas comunicacionais disponíveis no ciberespaço e, por meio delas, começaram a produzir as suas próprias notícias.
Em outras palavras: a transformação do jornalismo de hoje para o jornalismo do amanhã deu-se quando, em um momento único e crítico da História, a tecnologia estava lá para qualquer um vestir o figurino do jornalista e relatar o acontecimento. Entramos, naquele momento, na era em que "nós somos os media".
O ex-jornalista do San Jose Mercury News, em Silicon Valley, e hoje blogueiro do famoso Grassroots Journalism , Gillmor acredita que o desdobramento do fenômeno do 11 de Setembro está sendo o diálogo concreto entre público, jornalistas e fontes – algo impensável em épocas anteriores. Começamos a experimentar, cada vez mais, a notícia como "seminário". No lugar da lição de escola unidirecional, uma troca de idéias.
Nesta nova era do jornalismo – de um jornalismo mais cívico e democrático – o autor espera que os comunicadores dos big media comecem a se mexer para acrescentar o conhecimento dos leitores em suas matérias. Os leitores, por sua vez, aprendam a se integrar no processo jornalístico. As fontes se apropriem de novas formas para fazerem chegar as suas mensagens. Como resultado, e em tom de previsão, ele nos fala que a linha divisória entre produtores e consumidores tenderá a atenuar-se. E a rede de comunicações irá se tornar um meio para dar voz a qualquer pessoa(...)"
"O jornalismo do futuro começa no passado 11 de Setembro. Em Nós, os Media (Editorial Presença , Lisboa, 2005; 15 euros), o jornalista norte-americano Dan Gillmor afirma que essa ruptura temporal entre passado e futuro jornalístico deflagrou-se precisamente no momento em que pessoas comuns apropriaram-se de diversas ferramentas comunicacionais disponíveis no ciberespaço e, por meio delas, começaram a produzir as suas próprias notícias.
Em outras palavras: a transformação do jornalismo de hoje para o jornalismo do amanhã deu-se quando, em um momento único e crítico da História, a tecnologia estava lá para qualquer um vestir o figurino do jornalista e relatar o acontecimento. Entramos, naquele momento, na era em que "nós somos os media".
O ex-jornalista do San Jose Mercury News, em Silicon Valley, e hoje blogueiro do famoso Grassroots Journalism , Gillmor acredita que o desdobramento do fenômeno do 11 de Setembro está sendo o diálogo concreto entre público, jornalistas e fontes – algo impensável em épocas anteriores. Começamos a experimentar, cada vez mais, a notícia como "seminário". No lugar da lição de escola unidirecional, uma troca de idéias.
Nesta nova era do jornalismo – de um jornalismo mais cívico e democrático – o autor espera que os comunicadores dos big media comecem a se mexer para acrescentar o conhecimento dos leitores em suas matérias. Os leitores, por sua vez, aprendam a se integrar no processo jornalístico. As fontes se apropriem de novas formas para fazerem chegar as suas mensagens. Como resultado, e em tom de previsão, ele nos fala que a linha divisória entre produtores e consumidores tenderá a atenuar-se. E a rede de comunicações irá se tornar um meio para dar voz a qualquer pessoa(...)"
19.6.05
Há tanta ideia perdida
Em Maio de 2001, no nº6 do Jornal "Há tanta ideia perdida" o mestre Emílio Peres publicou um confronto imaginário entre a Alimentação Mediterrânica (AM) e a Alimentação Urbana Moderna (AUM). Aqui fica um excerto desse confronto mítico.
(...)
AM: O festim é para os dias a preceito; tem maneiras. Apazigua emocionalmente, normaliza a transgressão.
AUM: É a transgressão alimentar esbanjadora: em todos os dias se deseja a festa. Sofre a saúde e o ambiente.
(...)
AM: Comer é conviver; comer é comunhão; o que facilita a digestão e mantém o metabolismo sem sobressaltos.
AUM: Comer é acto marginal que perde horas e significados, ou as refeições são opulentas. Num caso e noutro, são perturbados os equilíbrios hormonais e neuronais e é afectado o metabolismo.
(...)
Nestes dias de calor mediterrânico, sabe bem ouvir palavras do mestre como se fosse o mistral da Provença ou o bora da Dalmácia, ventos que provocam o abaixamento da temperatura nos dias de céu límpido e brilhante.
(...)
AM: O festim é para os dias a preceito; tem maneiras. Apazigua emocionalmente, normaliza a transgressão.
AUM: É a transgressão alimentar esbanjadora: em todos os dias se deseja a festa. Sofre a saúde e o ambiente.
(...)
AM: Comer é conviver; comer é comunhão; o que facilita a digestão e mantém o metabolismo sem sobressaltos.
AUM: Comer é acto marginal que perde horas e significados, ou as refeições são opulentas. Num caso e noutro, são perturbados os equilíbrios hormonais e neuronais e é afectado o metabolismo.
(...)
Nestes dias de calor mediterrânico, sabe bem ouvir palavras do mestre como se fosse o mistral da Provença ou o bora da Dalmácia, ventos que provocam o abaixamento da temperatura nos dias de céu límpido e brilhante.
16.6.05
Arte e divulgação da ciência
A divulgação das questões nutricionais e alimentares nos media obedece a determinadas regras. No entanto, o engenho e a sensibilidade para a comunicação têm, provavelmente, uma grande influência na recepção da mensagem. A escritanamesa é arte ou é ciência? Ou esta dicotomia é impossível? Concorda com o texto do Alex Castro?
"A Utilidade Desvirtua a Arte
Só o artista sabe que sua atividade é 100% inútil. Ou deveria ser.
Quanto mais útil a arte, menos arte ela é. A arte não pode servir a nenhum propósito, seja provar uma teoria filosófica, defender um governo ou mesmo socorrer uma pobre classe social oprimida. Não faz diferença.
A utilidade desvirtua a arte. O que distingue a agricultura da ópera é que uma é absolutamente vital para a nossa sobrevivência; a outra, nem um pouco.
Na verdade, as pessoas têm razão. Se, de repente, todos os peões de obra, enfermeiros ou caixas de banco sumissem, a sociedade iria virar um caos.
Mas se todos os artistas e derivados (críticos de arte, professores de literatura, etc) sumissem, nada de mais aconteceria.
Sem os lixeiros, depois de amanhã não conseguiríamos nem transitar nas ruas. Sem todos os artistas plásticos, haveria apenas mais espaço nos pedestais das praças.
Somos artistas porque somos inúteis. Estamos fora da cadeia produtiva da sociedade e temos orgulho disso."
"A Utilidade Desvirtua a Arte
Só o artista sabe que sua atividade é 100% inútil. Ou deveria ser.
Quanto mais útil a arte, menos arte ela é. A arte não pode servir a nenhum propósito, seja provar uma teoria filosófica, defender um governo ou mesmo socorrer uma pobre classe social oprimida. Não faz diferença.
A utilidade desvirtua a arte. O que distingue a agricultura da ópera é que uma é absolutamente vital para a nossa sobrevivência; a outra, nem um pouco.
Na verdade, as pessoas têm razão. Se, de repente, todos os peões de obra, enfermeiros ou caixas de banco sumissem, a sociedade iria virar um caos.
Mas se todos os artistas e derivados (críticos de arte, professores de literatura, etc) sumissem, nada de mais aconteceria.
Sem os lixeiros, depois de amanhã não conseguiríamos nem transitar nas ruas. Sem todos os artistas plásticos, haveria apenas mais espaço nos pedestais das praças.
Somos artistas porque somos inúteis. Estamos fora da cadeia produtiva da sociedade e temos orgulho disso."
13.6.05
Em Defesa dos Sentidos
Em Defesa dos sentidos é uma interessnte crónica para adultos publicada no LiberalLibertárioLibertino. Aqui fica um excerto:
"A supervalorização da visão levou o Ocidente a uma vida sensorial extremamente pobre. A maioria das pessoas que conheço, por exemplo, é tristemente incapaz de sentir a maioria dos cheiros. (...)
Vegetarianos cheiram tão diferentes de carnívoros que não consigo acreditar que ninguém mais consiga diferenciá-los pelo odor. Outra diferença marcante é entre pessoas com dietas mais protéicas e mais baseadas em carboidratos. Percebi isso em minha primeira viagem à Buenos Aires, capital da nação que mais consome carne per capita do mundo. Demorei até conseguir identificar e isolar o cheiro mas agora já consigo reconhecê-lo em qualquer um fazendo a dieta do Dr Atkins, por exemplo.
O cheiro de uma dieta de carboidratos é muito mais suave e requer uma dieta pesada de carboidratos. Experimentei-o pela primera vez, por acaso, também no exterior, no Chile, em uma filha de dono de trattoria que comia massa em todas as refeições. Naturalmente, quando o senti pela primeira vez, não sabia que era cheiro disso: achava que era o cheiro dela. E era, claro. Mas depois reconheci-o outras pessoas em outras pessoas que viviam à base de pão e massa."
"A supervalorização da visão levou o Ocidente a uma vida sensorial extremamente pobre. A maioria das pessoas que conheço, por exemplo, é tristemente incapaz de sentir a maioria dos cheiros. (...)
Vegetarianos cheiram tão diferentes de carnívoros que não consigo acreditar que ninguém mais consiga diferenciá-los pelo odor. Outra diferença marcante é entre pessoas com dietas mais protéicas e mais baseadas em carboidratos. Percebi isso em minha primeira viagem à Buenos Aires, capital da nação que mais consome carne per capita do mundo. Demorei até conseguir identificar e isolar o cheiro mas agora já consigo reconhecê-lo em qualquer um fazendo a dieta do Dr Atkins, por exemplo.
O cheiro de uma dieta de carboidratos é muito mais suave e requer uma dieta pesada de carboidratos. Experimentei-o pela primera vez, por acaso, também no exterior, no Chile, em uma filha de dono de trattoria que comia massa em todas as refeições. Naturalmente, quando o senti pela primeira vez, não sabia que era cheiro disso: achava que era o cheiro dela. E era, claro. Mas depois reconheci-o outras pessoas em outras pessoas que viviam à base de pão e massa."
Eugénio de Andrade
O Porto hoje está cinzento e triste. Acho mesmo que vai chover esta tarde. Morreu Eugénio de Andrade que provavelmente ajudou muita gente a escrever e comunicar melhor.
TENHO O NOME DE UMA FLOR
Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.
in «As Mãos e os Frutos», 1948
TENHO O NOME DE UMA FLOR
Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.
in «As Mãos e os Frutos», 1948
A Roda na Net
A Roda dos Alimentos, material didáctico de grande qualidade produzido através de uma parceria do Instituto do Consumidor com a Universidade do Porto está disponível on-line para consulta e "download". A informação de qualidade, gratuita, rápida e sempre à sua disposição. Quem disse que em Portugal tudo funciona mal ?
12.6.05
Escrever ciência e ler Egito Gonçalves
A Feira do Livro do Porto acaba mas não se perde a oportunidade de ler o Porto através deste grande poeta que foi Egito Gonçalves. Para quem não gosta das noites de Domingo aqui fica um pouco da sua poesia que nos acalma e faz melhores.
"Entre o teu sono e o meu há um estreito corredor que ao olhar dos outros se apresenta como um simples espelho. Atravesso-o para encontrar os lábios que no sono me procuram, realizando-me como sombra amável que se transfigura no clima lunar de uma paixão que soube evitar os violentos tremores de terra. O sono é um país enevoado onde nos insinuamos, fingindo ser fantasmas, pássaros invisíveis, pelo prazer de criar um jogo no qual a meia-noite figura como simples referência de um beijo que une os dois seres que na noite profunda dormem um para o outro."
Poema publicado no Mapa do Tesouro (1998), editora Campo das Letras.
"Entre o teu sono e o meu há um estreito corredor que ao olhar dos outros se apresenta como um simples espelho. Atravesso-o para encontrar os lábios que no sono me procuram, realizando-me como sombra amável que se transfigura no clima lunar de uma paixão que soube evitar os violentos tremores de terra. O sono é um país enevoado onde nos insinuamos, fingindo ser fantasmas, pássaros invisíveis, pelo prazer de criar um jogo no qual a meia-noite figura como simples referência de um beijo que une os dois seres que na noite profunda dormem um para o outro."
Poema publicado no Mapa do Tesouro (1998), editora Campo das Letras.
11.6.05
Creutzfeldt-JaKob
Leio a notícia do primeiro caso da variante humana da doença das vacas loucas e sinto um arrepio enorme. Pela doença e sofrimento enorme deste jovem e família mas principalmente pelas postura dos nossos responsáveis políticos. Alguns excertos: "a aquisição pode ter ocorrido antes de 1999" altura em que o programa de controlo da BSE em Portugal começou a ser posto no terreno. Outro exemplo " a protecção do consumidor está a funcionar" ou ainda "Já fomos considerados um país de risco". Este sacudir de água é o mesmo dos políticos que durante anos no Ministério da Agricultura ocultaram propositadamente a doença nas vacas, o que levou a diversas demissões de técnicos que não concordaram com esta mentira lesiva da saúde pública. Provavelmente estes pais irão colocar o Estado Português em tribunal. Não seria má ideia.
9.6.05
Comer nas escolas
Para quem está interessado em compreender o "sistema" alimentar nas escolas portuguesas aqui fica informação interessante.
Notícias boas
A Universidade do Porto disponibiliza aos seus alunos: Bases de dados ,Periódicos online , Dissertações , E-books , Catálogos na U.Porto e Outros catálogos tudo através da net. São milhares de publicações e revistas internacionais em PDF ao clicar de um dedo. Tudo fácil e imediato. Só não aprende quem não quer. Porque nos queixamos tanto deste nosso país e não fazemos qualquer coisa por ele ?
6.6.05
Emílio Peres
Começo a semana com a escrita simples, luminosa e de grande qualidade do mestre Emílio Peres. A reler sempre. Todas as manhãs.
Primeiro almoço
"Os nutrimentos fornecidos pelas últimas refeições de véspera já estão gastos à hora de acordar. Quando o jejum se prolonga ou a primeira refeição é insignificante, o organismo recorre às suas reservas e destroi proteínas estruturais; entra em perda. Em consequência, destreza e qualidade de trabalho deterioram-se, atenção e tempos de resposta a estímulos são prejudicados, capacidade intelectual baixa, a fadiga instala-se. O apetite cresce ao longo da manhã e induz um almoço copioso."
Primeiro almoço
"Os nutrimentos fornecidos pelas últimas refeições de véspera já estão gastos à hora de acordar. Quando o jejum se prolonga ou a primeira refeição é insignificante, o organismo recorre às suas reservas e destroi proteínas estruturais; entra em perda. Em consequência, destreza e qualidade de trabalho deterioram-se, atenção e tempos de resposta a estímulos são prejudicados, capacidade intelectual baixa, a fadiga instala-se. O apetite cresce ao longo da manhã e induz um almoço copioso."
2.6.05
O espanto em números (mais violento)
Para os que querem ver para crer (sobre o espanto do mês) aqui ficam alguns dados da USDA National Nutrient Database for Standart Reference, release 17:
Quantidades de Sódio (Na) em algumas porções consumidas habitualmente:
As más da fita:
Batatas fritas de Fast-food (porção pequena - 85 g) - 168 mg Sódio
As (até agora)"boas" da fita:
Kellog's Special K (1 taça - 31 g)- 224 mg Sódio
Golden Grahams (1 taça - 30g) - 260 mg Sódio
Aqueles que ninguém consome e a metade do preço:
Flocos de aveia em pacote cozidos em água (1 taça - 234 g) 2 mg Sódio
Espantoso não é... ?
Quantidades de Sódio (Na) em algumas porções consumidas habitualmente:
As más da fita:
Batatas fritas de Fast-food (porção pequena - 85 g) - 168 mg Sódio
As (até agora)"boas" da fita:
Kellog's Special K (1 taça - 31 g)- 224 mg Sódio
Golden Grahams (1 taça - 30g) - 260 mg Sódio
Aqueles que ninguém consome e a metade do preço:
Flocos de aveia em pacote cozidos em água (1 taça - 234 g) 2 mg Sódio
Espantoso não é... ?
O sódio e o espanto do mês
Todos sabemos que o consumo excessivo de sódio é um dos grandes problemas na alimentação dos Portugueses, que sofrem as suas consequências, entre elas a hipertensão e o AVC. Façam agora um teste. Comprem um pacote de batatas fritas e um pacote de cereais de pequeno almoço tipo "corn-flakes" com rotulagem onde esteja indicada a composição em sódio. Analisem a quantidade de sódio. O resultado será espantoso. A quantidade de sódio presente em algumas gamas de cereais de pequeno almoço ultrapassa ou iguala as de algumas batatas fritas de pacote. No entanto a publicidade e os profissionais de saúde incitam ao consumo destes cereais e desaconselham o consumo de batatas fritas como algo de prejudicial para a saúde, em especial das crianças. A repensar a nossa estratégia actual de comunicação. Urgente.
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